O Brasil é o país do futuro. Essa frase é um trecho da música 1965 (Duas Tribos), da banda Legião Urbana. Embora a grande maioria das músicas de tal grupo musical seja maravilhosa em composição, letra e melodia, eu diria que essa citação especificamente é um paradoxo, porque tudo que existe é e está no agora. Nosso corpo e nossa alma estão em transformação constante: as células não são as mesmas de minutos atrás. Os pensamentos são alterados a todo momento por diversas circunstâncias. E a economia, seja ela municipal, regional, nacional ou global, também está em permanente movimento e nunca é estática.
Nosso país teve certa estabilidade econômica na era Getúlio Vargas e depois nos governos de Fernando Henrique Cardoso e no primeiro mandato do atual Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. No entanto, de um período para cá, digamos que desde o ano de 2006, nós brasileiros temos sofrido bastante com o descaso e irresponsabilidade de todos os governantes que passaram pelo cargo para qual foram eleitos. Digo isso, porque quanto mais o tempo passa, percebemos que os ricos ficam mais ricos e (não vou usar a palavra “pobre”, porque não gosto dela, acho pejorativa e discriminatória) os menos afortunados, ficam cada vez menos afortunados.
Pois bem, no Brasil existe uma taxa básica de juros chamada SELIC, sigla esta que significa Sistema Especial de Liquidação e Custódia, ou seja, em linguajar mais objetivo: é uma taxa que serve de base, de índice, de referência, para todas as outras taxas de juros que nossa economia utiliza. Seja para liquidação (pagamentos e resgates) ou para custódia (depósitos e investimentos). Em 2006, a SELIC fechou em 15,15% ao ano (a. a.). Em 2020, fechou em 2% a. a.. E agora, em 2025, está em 15% a.a. O órgão que decide se a taxa sobe ou desce é o Comitê de Política Monetária (COPOM), que é formado pelo Presidente do Banco Central (BACEN), indicado pelo Presidente da República (aqui está a responsabilidade do governante mor do país), e diretores do BACEN para analisar o cenário econômico mundial e tentar otimizar a SELIC para que a economia brasileira fique aquecida. O problema é que nosso cenário econômico está bem gelado. Beirando a tornar-se um iceberg gigantesco onde os navegantes empresários e agricultores “batem e afundam”. E não parece que os participantes do COPOM, tão pouco o Ministro da Fazenda e muito menos o Presidente da República estão interessados em derreter esse iceberg.
Quando a SELIC está alta, sem “meias palavras”, quem é rico, fica mais rico. Sabem por quê? Porque os fundos de investimentos estão indexados nela, ou seja, quem guarda dinheiro é porque tem dinheiro de sobra para guardar, concordam? E se você investe em fundos com a SELIC em alta, obtém rendimentos maiores. Por outro lado, o empresário e/ou agricultor que precisa emprestar dinheiro dos bancos (capital de giro, financiamentos, etc.), paga mais caro, porque os empréstimos e financiamentos também estão indexados à SELIC. Sendo assim, fica mais caro produzir, gerar emprego e os produtos para o consumidor final também custam mais, pois os agricultores e empresários precisam repassar esse ônus. Resumindo: quem realmente faz o país “andar”, as pessoas que produzem e geram empregos e os consumidores estão “numa fria”. E o Brasil precisa de proatividade desse governo e de sua equipe econômica. Me perdoe, saudoso Renato Russo: precisamos ser o Brasil do presente. Do aqui e do agora. Mesmo em constante mudança.
Paz e bem a todos! Até a próxima.