Analisando o cenário atual global, na qual vivemos sob a insegurança mundial, nacional e até regional; onde o tratamento da saúde e alimentação saudável também é desigual e ainda num tempo em que se polariza política e religião e a conversa civilizada está cada vez mais difícil, sendo consumida pelo egoísmo e egocentrismo humano, poucas pessoas pensam no futuro, no que diz respeito à Educação: a distribuição do conhecimento com equidade, com criatividade, com responsabilidade e com condições estruturais e tecnológicas. Essa questão já está sendo resolvida (principalmente no Estado de São Paulo) e levará anos, quiçá uma ou duas gerações para que percebamos a atuação de cidadãos (ãs) brasileiros (as) mais engajados e responsáveis (crianças e adolescentes que estudam hoje e serão os adultos que farão o país mudar no futuro).

No entanto, temos um problema crônico no Brasil, no que diz respeito à disseminação do conhecimento, em pleno século XXI: desastres naturais e climáticos afetando a continuidade das aulas. No relatório “Educação Resiliente”, lançado pelo Programa Todos Pela Educação, foi informado que no ano de 2023, por exemplo, 34% das escolas de nosso país interromperam as aulas por um determinado período, devido à eventos climáticos graves. Ou seja, de cada 10 escolas, 3 praticamente pararam de “funcionar e ensinar”. Vamos usar um exemplo: um grupo de 100 escolas com uma população média de estudantes de 1.200 por escola, ou seja, 120.000 alunos (as). Considerando essa estatística do relatório, 34 escolas não teriam aulas devido a algum problema climático, então 1.200 x 34 = 40.800 alunos (as) do total dos (as) 120.000 estariam sem a educação em dia. É um número, apenas de exemplificação, muito preocupante.
O relatório ainda traz a informação que 77% das escolas brasileiras não possuem planos de emergência para retirada ou proteção dos (as) estudantes, professores (as) e demais servidores das escolas. E diz ainda que 90% dessas instituições de ensino (isto mesmo, 9 em cada 10), nunca realizaram uma simulação de retirada ou proteção para emergências, em caso de um furacão, inundação, incêndio (natural, nesse caso) ou algo do tipo. É realmente alarmante. De 2015 para cá, mais de 10 mil escolas foram afetadas por algum problema climático.
Tal documento propõe que sejam tomadas algumas medidas de ações concretas como criação de protocolos nacionais para continuidade das aulas, inclusão de educação climática na grade curricular e capacitação de professores (as) e funcionários (as) para agirem de forma tempestiva e eficaz durante um evento climático desastroso. Além disso, é muito importante (aí é uma sugestão minha) que os governos federal, estaduais e municipais atuem de forma conjunta e complementar para financiamentos de construção de bunkers, realização de treinamentos e de programas de integração com a comunidade escolar (pais e vizinhos do bairro em que a escola está localizada) para visar diminuir tais impactos.
Fato é que depois de todas as ações acima descritas, é importante salientar que a continuidade do ensino tem que ser prioridade. No exemplo que dei com números, vocês já pensaram que impacto teria um 40.800 alunos (as) sem estudar por 6 meses? E esse foi um número minúsculo perto da população real de estudantes no Brasil. Segundo o Censo Escolar de 2024, nosso país tem cerca de 47 milhões de estudantes, que estão distribuídos em 179 mil escolas. 34% de 179 mil é igual a mais de 60 mil escolas paradas por questões climáticas. O impacto disso está diretamente ligado com o futuro do nosso país. Governos, “abram os olhos!”.
Até a próxima! Paz e bem a todos (as)!








