Tem se tornado cada vez mais comum a disputa de alguns políticos para “sentar na janelinha” e colher os louros de conquistas que, na prática, são fruto do esforço coletivo ou da atuação de diferentes instâncias de governo. Quando um benefício chega à cidade, muitos se apressam em erguer a bandeira de “pai da criança”, mesmo quando sua participação foi mínima — ou, em alguns casos, até mesmo inexistente.
Esse movimento não ocorre apenas dentro dos gabinetes. Nas redes sociais, palco preferido de quem busca popularidade, alguns transformam avanços em propaganda pessoal, utilizando-se de uma narrativa que joga para a torcida e induz o pensamento de uma população cansada, vulnerável e carente de melhorias. Em meio à ânsia por mudanças e qualidade de vida, parte da sociedade acaba aceitando esses discursos como verdades absolutas, sem questionar quem de fato é responsável pelas realizações.
O problema dessa prática é que ela deturpa a função do Legislativo, por exemplo, que deveria fiscalizar, legislar e representar os interesses coletivos, e não apenas alimentar estratégias de autopromoção. Discursos oportunistas, ou ainda visando o pleito em 2028 se tornam intragáveis.
Itapeva não precisa de “donos” para cada conquista, mas de lideranças comprometidas em trabalhar em conjunto, com responsabilidade e transparência. A política do espetáculo pode render curtidas e aplausos momentâneos, mas não resolve os desafios reais do município.