O Itapevense Joaquim Bührer Campolim, popularmente conhecido como Tim, de 25 anos, lançou o seu primeiro livro intitulado Triangulo, no dia 19, às 19h30 na Praça Anchieta, onde aconteceu um Sarau para lançamento.
A reportagem do IN conversou com Tim, que falou um pouco de sua experiência de vida e sobre o livro Triângulo. Confira:
IN – Qual a sua profissão?
Tim – Sou professor de geografia em três instituições da rede privada de São Paulo. Tipo o Julius, pai do Chris, tenho três empregos. Também sou pesquisador na Universidade de São Paulo, onde faço o mestrado em Geografia Urbana. Ali pesquiso mercado imobiliário, crime organizado, urbanismo, etc. Sou agitador cultural nas horas vagas e ajudo a organizar um sarau com outras e outros poetas há alguns anos nas praças da nossa cidade. Esse combo profissional é o que mais me agrada.
IN – Você está lançando um livro? Qual é o nome?
Tim – Estou. O nome dele é Jennyf. Brincadeira. É “Triângulo”. Tem a ver com o meu tríplice vício em coisas triangulares. São três partes, um tripé, poesia engajada, interiorana e moradora da cidade grande, oriunda dos anos 1990 e profundamente emo. Foi editado e publicado pela maravilhosa Editora Urutau, lançado oficialmente em São Paulo no domingo, dia 14/04/2019, mas definitivamente lançado nessa Sexta-Feira Santa na Capital dos Minérios e dos Artistas.
IN – Por que resolveu escrever um livro?
Tim – Na verdade o livro é que foi me escrevendo ao longo dos anos. Um empurrão da minha mãe, a Paty Campolim [minha inspiração e força], um empurrãozinho dos meus queridos amigos, a força do Sarau e, bingo. Nasceu o triângulo. Tatuei ele no braço. Trata-se de uma pequena coletânea, de um esforço poético, de um respiro de vida. São sempre três coisas ao mesmo tempo. Sou autor de ficção e poesia publicado em algumas revistas ao redor do Brasil e decidi que era hora de oficializar. Entrei na onda de tornar meu afeto pela arte e pela lírica e ironia um ato público. Essa forma geométrica me persegue a anos. Será que é coisa dos Iluminattis?
IN – Conte-nos um pouco sobre o livro.
Tim – O triângulo é dividido em três lados, e no caso é um isósceles. Do ponto A ao ponto B, temos uma poesia ativista, dedicada, observadora e crítica. Do ponto A ao C, temos o mesmo vértice se desdobrando e caminhando em direção ao sentimental, à saudade, à terrinha, à poesia-afeto que me move e que me derrete. Já do ponto C ao B é, como se diz? Um trem sem freio. Sou eu tentando dizer ao mundo que não existem caixas onde caiba a poesia brasileira.
IN – O que você diria aos jovens que tem vontade de lançar um livro?
Tim – Nunca desistam dos seus sonhos. Não tenham medo de ser imperfeitos & de arriscar. Nada nem ninguém baterá tão forte quanto a vida. Blabláblá. Estudem muito. Geografia principalmente. Mais frases genéricas. Deixem de lado os planos de contingência, deixem que a vida os atropele, estudem mais geografia, se interessem por política, se revolucionem, nos revolucionem, que o seu próprio livro vai te auto escrever. Ou não. Daí você precisa sentar e arrumar um tempo livre com o papel ou com a tela do computador. Não sei de livros, mas foram assim que nasceram as meninas superpoderosas. Só faltam os doces e tudo que há de bom.
IN – Você tem mais alguma coisa a falar?
Tim – Agradeço pelo espaço e aproveito para divulgar também os maravilhosos eventos, artistas e agendas culturais que acontecem na nossa cidade: O Sarau Comunitário( procure a página no facebruik e fique ligado!), a intensa e potente Batalha da Anchieta nas quintas [idem], o Rap Periférico Em Ação, que ocorre também pelas praças da cidade, os circuitos SESC, as aulas da Frente Antifascista, as Rodas de Conversa, Rodas de Dança, as aulas do Espaço Vem Sem Mulher, as aulas do Espaço Namaskar, os teatros das companhias da cidade, os artistas plásticos e fazedores de artesanato, os músicos AfrodoPactus, Mc Pariz, a Varal, Franciscos, Giovanni, os ZéeOsCaras, o IMA, o Projeto Guri, o Paulinho, valorize a Lira, vá ao cinema. Valorize as outras bandas e duplas e trios da cidade. Frequente as praças de Itapeva, a Mata do Carmo, a sala verde, ocupe as ruas, viva essa cidade. Não jogue lixo nos Cânions. Valorize esses artistas e intelectuais e gênios mágicos. Faça isso antes que a cobra abra outro buraco na frente do Camelô e engula a nós todos. Eu adoro falar. Faria isso o dia inteiro. Viva o triângulo.