O fim do ano está logo ali, piscando na esquina com suas luzes coloridas e suas promessas, mesmo que, para muita gente, o clima interno ainda esteja mais para “modo sobrevivência” do que para festa. E não dá pra julgar: 2025 foi praticamente uma montanha-russa sem cinto de segurança. Subimos, despencamos, viramos de ponta-cabeça e ainda tentamos sair sorrindo na foto.
Mas, apesar desse sobe e desce emocional, econômico, político e até espiritual, é chegado um daqueles momentos em que a gente respira fundo e tenta resgatar um fio de esperança. Pode ser na vida pessoal, no trabalho, nos relacionamentos, ou até no funcionamento da cidade, do estado, do país. Porque, convenhamos, se a gente não acreditar minimamente que as coisas podem melhorar, fica difícil achar sentido em renovar qualquer ciclo.
E já que estamos falando em renovação… 2026 vem aí, e com ele todo o pacote de surpresa das eleições. É aquele período em que brotam, como cogumelos após a chuva, os famosos “paraquedistas”, políticos que nunca apareceram por aqui, mas que, de repente, descobrem que nossa região existe. Eles chegam elogiando tudo, fazendo promessas embaladas a vácuo e jurando amor eterno. A gente até agradece a visita, mas fica o lembrete: olhar esperançoso não pode ser sinônimo de olhar ingênuo.
Nossa região não merece mais quatro, cinco, oito anos de esquecimento. Merece investimento, respeito, presença real e não apenas durante a temporada de caça aos votos. É por isso que, entre um panetone e um pedido de paz, vale também fazer um pedido de lucidez política: que a gente saiba reconhecer quem realmente esteve ao nosso lado, quem trabalhou por aqui quando as câmeras não estavam gravando.
No fim das contas, esperança e criticidade não precisam ser opostas. Dá pra olhar para o futuro com fé, mas também com os olhos bem abertos. Dá pra celebrar as vitórias conquistadas, porque, mesmo num ano turbulento, elas existem, e seguir adiante atentos, firmes e conscientes.
Que as festas tragam leveza, que o novo ano traga força, e que o período eleitoral não traga amnésia coletiva. Porque acreditar no futuro é importante, mas votar bem é fundamental.








