Até dezembro do ano passado, vivíamos em um verdadeiro paraíso europeu. Era a Suíça do Sudoeste Paulista. (Para alguns).
Tudo funcionava perfeitamente: o IML atendia sem interrupções, o emprego era pleno, a saúde pública era exemplo de eficiência, na Santa Casa (acredite se quiser) não havia dívidas. Nenhum remédio faltava, nenhuma fila se formava. Um sonho de cidade, daqueles que só existem nos discursos de quem deixou o cargo.
Mas bastou mudar a gestão para o encanto se quebrar. Entrou a Duch, e segundo alguns, o paraíso desabou. Agora, de repente, todos os problemas acumulados nos últimos 10, 15, 20 anos precisam ser resolvidos em dez meses de mandato. É o famoso milagre administrativo que parte da população parece esperar: resolver décadas de desordem em tempo recorde, com um orçamento no limite e contas herdadas de quem não conseguiu sequer fechar as próprias despesas.
A ironia é que a memória coletiva, às vezes, é curta demais. Esquece-se que os desafios atuais têm raízes profundas e antigas. E que, quando se coloca o espelho da realidade à frente, a imagem daquela “Suíça” itapevense se desfaz, revelando um país bem mais tropical, com os mesmos problemas de sempre, mas sob nova administração.
É preciso repetir: torcer para o barco afundar não resolve nada. Muito pelo contrário…








