Um novo projeto cultural promete lançar luz sobre um dos ofícios mais tradicionais de Apiaí (SP): a produção de cerâmica artesanal. A iniciativa, proposta por Diná Cristina Looze Miranda Silva, vai resultar em um documentário que apresenta, passo a passo, o processo de beneficiamento da argila e a criação das peças, desde a retirada da matéria-prima até o acabamento final.
A ideia surgiu a partir da grande quantidade de moradores da região que visitam o ateliê de Diná, mas que pouco conhecem sobre as técnicas envolvidas na atividade. Segundo a proponente, muitas pessoas imaginam que basta recolher qualquer tipo de barro e moldá-lo para que a peça fique pronta em poucos dias, algo distante da realidade.
O documentário pretende justamente desmistificar esse processo, levando informação e valorizando o saber fazer local. Ao disponibilizar o conteúdo na internet, o projeto ampliará o alcance do conhecimento, permitindo que mais pessoas compreendam a complexidade e o cuidado envolvidos na arte da cerâmica, sem a necessidade de uma visita presencial ao ateliê.
Da argila ao forno: o caminho da cerâmica
As gravações mostrarão todas as etapas da produção. O trabalho começa no barreiro, onde a argila é retirada e levada ao terreiro para secagem e quebra dos torrões. Depois, passa por trituração, peneiragem e preparação da massa — processo realizado em diferentes pontos do sítio, muitos deles ao ar livre.
As gravações mostrarão todas as etapas da produção. O trabalho começa no barreiro, onde a argila é retirada e levada ao terreiro para secagem e quebra dos torrões. Depois, passa por trituração, peneiragem e preparação da massa — processo realizado em diferentes pontos do sítio, muitos deles ao ar livre.
Em seguida, já no ambiente do ateliê, entra em cena a modelagem das peças. Elas passam pela primeira secagem até chegarem ao chamado “ponto de couro”, quando recebem os acabamentos iniciais. Após nova secagem, atingem o “ponto de osso”, e então aguardam a formação de um lote para a queima.
A queima acontece em um terceiro espaço, no qual as peças são enfornadas e submetidas à temperatura controlada. Depois de prontas, recebem detalhes finais e são preparadas para comercialização.
Concluídas as gravações, o material seguirá para edição de vídeo e som, incluindo recursos de acessibilidade. Como contrapartida social, o documentário será exibido no Centro do Idoso, onde também será oferecida uma oficina de modelagem para o público da terceira idade.
Valorização da cultura e da identidade local
Para os responsáveis pelo projeto, registrar e divulgar essas técnicas é fundamental para a preservação cultural. A tecnologia, utilizada como aliada, permitirá que o conhecimento seja disseminado para um público ainda maior, fortalecendo a identidade regional e reconhecendo a importância do trabalho artesanal de Apiaí.
Equipe responsável
•Diná Cristina Looze Miranda Silva – Documentarista principal
•Aparecido da Silva Medeiro – Documentarista secundário
•Loide de Oliveira Rosa Lima – Documentarista secundário
•Moacir Conceição de Lima – Documentarista secundário
•Jaqueline Jenifer Looze da Silva – Roteirista, produtora, captação de imagem e som, editora
•Julio Corali – Tradutor e intérprete




























